Por que os garotos mais velhos, em especial os irmãos de melhores amigas, gostam tanto de nos rebaixar ? Acham que somos crianças ! Humpf. E ainda pensam que somos apaixonadas por eles. Como se fosse verdade ... Só por que possuem os papos mais irados, um charme singular e uma petulância atraente, isso não significa nada.
Enquanto pensava nisso, meus dedos tamborilavam sobre a bancada de mármore onde se encontrava o telefone. Pegá-lo ou não ? A necessidade de falar com a Débora era um lado da moeda; o outro era o medo da carga elétrica - ativada pela voz de locutor do Douglas - envolver meu corpo.
Resolvi correr o risco.
- Alô - A voz de dèbora soou tranquila. Senti a frustração cair sobre mim. Eu queria que outra pessoa da familia atendesse.
- Amiga, ainda falta sua parte do trabalho de química.
Falar com a Debi sobre o trabalho : necessário ...
- Bárbara, não tenho como te mandar, mas o Doug leva aí na sua casa - Respondeu, dando um risinho antes de desligar.
Encarar o encantador menino que me chamou de criança : muito desesperador.
O tempo passou rapidamente, aguçando minha atenção em ouvir a campainha tocar. Sem perceber, já estava parada na porta, olhando profundamente os olhos azul-oceano mais cristalinos que conhecia.
Estava encantada, bem como a criancinha que ele achava que eu era.
- Está aqui o trabalho Barbie.
Abusado. E eu aqui, babando feito idiota. Não é porque já está na faculdade que tem o ousado direito de achar que eu gosto que me chamem de Barbie. Deliberadamente avancei em sua direção, meu olhar faiscando, enquanto os olhos dele permaneciam assustados.
- Ei, ei ... Vai me bater ?
Recuei, sacudi a cabeça, exibi um sorriso falso e o mandei entrar.
Sem hesitar, Douglas sentou-se no sofá e desatinou a falar. Manobras de futebol não pareciam uma rotina para alguém que só falava de livros românticos e séries de aventuras.
Mais uma vez, ne percebi que minha raiva foi passageira. Já estava ali, trocando palavras sobre o assunto na mesma intensidade. Um considerável tempo se passou. Ele se levantou e ameaçõu ir embora, mas antes de deixar a casa, completou :
- Nunca tinha conhecido uma garota com nome de boneca. Legal ... Voce é fofinha igualzinha a uma. Que tal um sorvete ?
Involuntariamente, o músculo da minha boca formou um sorriso incrédulo. Barbara e Barbie não eram nomes tão diferentes para confundir, afinal.
- Está esperando o que ? Vamos.
Apresentada a um novo ponto de vista, dei um salto do sofá, reprimi uma gargalhada e fui.
Essa foi a fic da Paula Joane Santos, 16 anos, que é de Jequié ( BA ).

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